Barra das Guias

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Novidades

Olá queridos e queridas que acompanham este diário.
Não está sendo fácil para mim atualizá-lo periódicamente como quando comecei.
E atualmente estou muito envolvido com trabalhos e aulas de teatro que consegui ministrar (voluntariamente).
Portanto, o que vou fazer é deixar esse blog meio que hibernando (novamente), até que eu consiga desenvolver um presente para vocês, leitores, que disponibilizarei no final do ano (como presente de Natal).
Também, para quem quiser trocar experiencias ou emails, ou quem sabe, trocar um papo fútil tbm, escrevam para mim um comentário nesta postagem (um email ou msn de contato), que adicionarei e conversarei com quem quiser.
OBS: Em tempos, atualizarei algumas fotos do que ando fazendo com minhas turmas de teatro.
OBS.2: Em tempos, atualizarei com alguns planejamentos de aula que faço antes de testar nos alunos.

Obrigado, até

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Nada como um dia após o outro…

 

… ou um encontro após o outro.

“O primeiro ensaio é sempre, em certa medida, como a ação de um cego guiando o outro (…) Num grupo que se reúne para um primeiro ensaio, seja um elenco improvisado ou uma companhia permanente, um número infinito de questões e preocupações pessoais pairam silenciosamente no ar (…) O objetivo do que quer que se faça no primeiro dia de ensaio é o de chegar ao segundo” (Peter Brook, O Teatro e seu Espaço).

Concordo plenamente com Brook, o primeiro dia de encontro tem como objetivo chegar ao segundo. Apesar da minha primeira aula ter sido bem elaborada, minhas previsões foram totalmente furadas e a aula foi um caos: pra mim e para os alunos-atores.

Eu me senti como um diretor-coronel (conforme Grotowski cita) alguém que manda e quer ser obedecido. E isso estraga o ator para a sua própria arte e criação. Não posso ser um coronel em sala-de-aula: como libertar aos alunos para a criatividade???

Assim, veio a segunda aula para que eu me corrigisse e corrigisse meu percurso metodológico, já que “quaisquer que sejam as idéias que traz no primeiro dia, estas precisam evoluir continuamente” (Brook).

Planejei a segunda aula de forma a melhorar no que eu creio que é necessário (do que percebi na primeira aula) para que os alunos consigam desenvolver o básico de um ator-criador (ou do que eu pense que isso seja). Isso depende de cada caso (cada escola, cada estabelecimento de ensino teatral), já que no curso que ministro, sou eu que elaboro os objetivos e metodologia da prática.

Assim, na segunda aula, além de reforçar toda a teoria que apresentei no primeiro dia (do treinamento-ensaio-apresentação) também reforcei a idéia que Eugenio Barba cita na introdução de seu livro – a qual existem duas técnicas de comportamento do homem: a) a técnica cotidiana, que segue o princípio do menor esforço (menor energia) para o máximo de resultado; e b) a técnica extracotidiana, que se baseia no máximo de emprego de energia para um resultado mínimo. (maiores informações: aqui e aqui)

“O primeiro passo para descobrir quais princípios que governam um bios cênico, ou vida, do ator, deve se compreender que as técnicas corporais devem ser substituídas por técnicas extracotidianas, isto é, técnicas que não respeitam os condicionamentos habituais do corpo. Os atores usam essas técnicas extracotidianas” (Eugenio Barba, A arte secreta do Ator, dicionário de antropologia teatral). (livros do Eugenio Barba, aqui).

Com este conceito praticavel, passei a segunda aula também a investir no treinamento em busca de movimentos extracotidianos, e em busca da consciência corporal, concentração e improvisação sobre movimentos extracotidianos.

E dessa vez, a aula foi interessante. Foi simples, fácil e criativa.

Obrigado

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Estímulos para o Treino com Máscara Neutra

Esta postagem é uma continuação da série sobre a Máscara Neutra. Se não leram a primeira e a segunda postagem, leiam que são introdutórias.
...
            (...)Depois de ter em mãos a máscara neutra para o treinamento, o que fazer??? Pô-la no rosto e sair fazendo macaquices? NUNCA!!!!
            A máscara neutra traz a sensação de estar portando um “algo mágico”, pois traz consigo a idéia do personagem, o personagem que é a máscara do ator. Contudo, por ser uma máscara genérica, na qual todas outras poderiam surgir desta, ela traduz uma neutralidade na interpretação, uma essencialização nela mesma.
            Para a aplicação da máscara neutra no meu treinamento sozinho, eu tive que buscar a formação sobre a máscara (feita no primeiro post desta série) e então busquei, segundamente, algumas dicas de temas de exercícios dentro de cada literatura que fiz pesquisa (porque não achei em nenhum lugar sequer, exemplos descritos de exercícios prontos para o treinamento com a máscara. Então, com a minha liberdade de estudante-praticante que não tem ninguém observando se faço certo ou errado, fiz a minha série de estímulos para exercícios de máscara neutra – porém baseado em que já ouvi e li a respeito).
            Assim, fiz uma cata de menções de “temas” de exercícios dos dois pesquisadores-teatrólogos para fundamentar meu treino e aqui repasso o que escrevi a mim mesmo: 

a) Menções provindas das pesquisas de COPEAU (mencionada por DECROUX, às vezes transcrita por quem escreveu o TCC [minha amiga] ou a TESE [Luiz Louis] [estão misturado as fontes de quem peguei estas citações]:      
  • Nessas aulas [de máscaras], os alunos improvisavam, quase nus, temas como o nascimento da primavera, o crescimento das plantas, o vento nas arvores, as seqüências de movimentos feitos por uma maquina ou, simplesmente, Copeau dava uma palavra, Paris, para que desenvolvessem ações. 
  • Nós reproduzíamos sons da cidade, das casas, da natureza, dos choros dos animais. Tudo com a boca, as mãos e os pés. (Decroux, sobre representação com máscara)
  • [Com a máscara] Um corpo não precisaria ser, necessariamente, um corpo cotidiano, mas poderia corporificar uma sensação, uma idéia ou até mesmo representar um objeto (...) Em muitas improvisações realizadas com a máscara, o corpo dilata-se e gera um novo significado, podendo representar o venta, a paixão, um vegetal, etc. Ele [Copeau] propunha que nos aproximássemos da essência humana mais pela imaginação do que pela razão.
  • Nunca tinha visto imobilidades prolongadas ou explosivos movimentos seguidos de petrificações repentinas (Decroux, sobre representação com máscaras).
  • Improvisavam sobre temas do nascimento, das emoções, da descoberta de si no ambiente, comportamento animal, características humanas nos animais e vice-versa;
  • Esses treinamentos [com a máscara neutra] baseavam-se em improvisações silenciosas, que tinham como principais temas os quatro elementos da natureza, a dinâmica dos animais e situações que envolviam ações humanas.  Eram realizados individualmente e em grupo com temas como: “o ser que vai comer geléias no armário”, “o roubo”, “o ser que se sentou num formigueiro”, “um ser que saiu à noite no vento e na chuva”, “dor de barriga”, “batalhas”, entre outros.
  • Mimávamos ações modestas: um homem importunando uma mosca, quer ver-se livre dela; decepcionada com a cartomante, uma mulher a estrangula; um oficio, um encadeamento de movimentos de máquina (Decroux).
  • Reproduziam-se a vida da cidade, do campo, dos animais, faziam-se ruídos com todas as partes do corpo, sendo que, nesse jogo compunham o roteiro de ações que executavam.
  • Copeau resgatou os jogos de infância e o faz-de-conta para dentro do treinamento.
  • Sobre o Nascimento da máscara. – A máscara toma consciência da sua existência. Jogo dos músculos do pescoço. Levantar a cabeça. Olhar. À direita. À esquerda. Olhar suas mãos. Seus pés. Se levantar. Andar.
  • O tema da infância sempre esteve presente em suas propostas [de Copeau]. O objetivo desta abordagem é fazer com que o aluno volte a lidar com o mundo com o frescor da primeira vez, a ver e tocar os objetos como se não os conhecesse.
  • Outra situação motriz da improvisação é a espera.
b) Menções provindas das pesquisas de LECOQ: (mencionada em seu livro, e às vezes transcrita por quem escreveu o TCC [minha amiga] ou a TESE [Luiz Louis] [estão misturado as fontes de quem peguei estas citações]:      
  • Lecoq trabalhou ainda sobre os elementos da natureza, as matérias, os objetos, os animais, as pinturas, ou seja, tudo o que está diretamente relacionado com o homem e aquilo que o cerca.
  • Os temas trabalhados com a máscara são simples em seu enunciado, mas difíceis em sua profundidade. Como por exemplo, despertar pela primeira vez; descobrir a natureza; o adeus; o lançar a pedra. A improvisação permite ao ator tornar-se aquilo que ele vê, reconhecendo seus ritmos.
  • O trabalho com os elementos da natureza constitui um dos temas centrais da máscara neutra. A natureza referente a este tipo de jogo se coloca inicialmente de maneira calma, em equilíbrio, fala diretamente com o neutro. Trata-se de uma viagem simbólica que vai do primeiro estado de calma ao estado extremo de revolução.

       Diante destes estímulos, baseei meu treinamento com a máscara neutra. Faço bastante o trabalho com a qualidade de energia provinda dos elementos da natureza: terra, água, ar e fogo – elas, aliás, já me deram uma base na minha cena, por assim dizer.

        Contudo, o restante do treino é com quem o pratica. Então se vocês estão fazendo um treinamento solo (ou não), não tenham medo de tentar fazer. O máximo que pode acontecer é não dar certo – mas pelo menos você tentou.

E Boa Sorte! 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Máscara Neutra: a Confecção

Esta postagem é uma continuação da Máscara Neutra. Se não leram a primeira postagem, leiam que é bem mais introdutória que estas posteriores.
Neste post, comentarei sobre a metodologia de confecção de máscaras.
Na verdade, existe dois métodos (no meu ponto de vista, hihihi...): Um para quem tem grana (pelo menos um pouco), paciência e quer ter qualidade. E uma outra metodologia (parecida) pra quem quer ter menos trabalho em fazer, mais barato e (no meu ver) mais rápido.
a) O jeito bom de fazer uma máscara neutra é realizar os passos que o Grupo Moitará cita em seu site.Usa-se gesso, argila, gesso, empapelamento (papel e cola), tintas e sei-lá-mais-o-quê;
b) A partir da idéia da metodologia anterior, eu somente pulei os passos mais caros (gesso, argila, gesso) e acabei comprando uma máscara de plástico de carnaval de 1,99. Claro que uma máscara sem expressão alguma (inexpressiva, neutra). A partir dela, usei papeis para fechar o buraco dos olhos e nariz e pulei para o passo de empapelamento da máscara através da técnica do Art Attack do Disney Channel (risos). Fiz umas 7 camadas de empapelamento. Depois retirei a máscara-base (a de 1,99) da minha máscara de papel e com essa nova máscara feita de papel pintei-a com tinta acrílica branca (1 dia de secamento da tinta) Depois disso, preguei um elástico branco nela, com grampeador de escritório e colei umas espumas (Scott Brite parte amarela fofinha) na parte de dentro da máscara (para deixar um espaço entre meu rosto e a máscara propriamente dita). E assim, minha mascara neutra barata foi confeccionada.
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Eu sei que o jeito que eu fiz não é o certo, o correto, o de qualidade, mas me serve para fazer o treinamento. A única coisa que se deve considerar ao fazer a máscara e deixá-la sem expressão na face (não pode nem estar triste nem alegre – inexpressiva) porém tem que parecer que é um rosto humano. Ou seja, não pode parecer um E.T., mas pelo menos lembrar a face humana inexpressiva.
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Digo isso, pois foi o que meu amigo (que é formado em Artes Cênicas) que me disse quando eu sugeri essa idéia de empapelar a máscara de 1,99. E depois, em nenhum momento Copeau ou Lecoq (em seu livro “O Corpo Poético”) diz que a máscara precisa ter a forma do rosto da pessoa que a fez de molde, mas suas máscaras nobres (neutras) são fabricadas por Sartori e são todas iguais (só procurar no google por “máscara nobre sartori”).
Pois então é isso nesta postagem.
A próxima postagem tratará dos estímulos sugeridos para o treinamento com este tipo de máscara. Até lá.
Obrigado.










segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sobre Máscaras no Treinamento do Ator

Sobre Máscaras no treinamento do Ator: tem como? Claaaaaaaro!!!! Claro que tem como usar máscara no treinamento do ator e não venha abrindo a boca de surpresa porque isso é teoria velha – surgiu na primeira metade do séc XX.

Mas como descobri isso? Claro que busquei me (in)formar com quem já tinha usado (e tirado 10,0 no TCC sobre este tema). Peguei o TCC de uma amiga formada em Artes Cênicas no qual foi meu primeiro contato com a temática da Máscara NEUTRA para o treinamento do ator.

Mas o que é Máscara Neutra??? Leia Aqui e aqui também.

A partir desta idéia da máscara neutra e do Tcc da minha amiga, fiquei conhecendo dois pesquisadores que usaram este tipo de máscara para o treinamento do ator: Jacques Copeau e Jacques Lecoq.

Sobre o primeiro Jacques, o Copeau, Luiz Louis comenta lindamente sobre ele e seu “remédio” que era a máscara neutra para o ator.

Para saber mais sobre Jacques Copeau, achei esta tese de Luciana Machoski (UDESC) na internet: “O ator para Jacques Copeau”.

A Máscara Neutra também foi utilizada no treinamento do ator por outro pesquisador chamado Jacques Lecoq. (sobre Lecoq, ler aqui). Este pesquisador, mais chique, escreveu um livro próprio, intitulado: “O Corpo Poético – uma pedagogia da criação teatral”. Nele, Lecoq nos fala da, entre tantos treinamentos, também da utilização da máscara neutra dentro da sua Escola.

Para fins de melhor entendimento, esta postagem foi mais para entender que existe uma técnica de treinamento que se utiliza da máscara neutra e quais as suas referências teóricas. Nas próximas postagens saberemos como fazer uma máscara neutra e quais exercícios são indicados para o treinamento com esta máscara.

Até mais.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Como começar: Primeira aula para alunos

Update (dezembro/2014): Elaborei outro post com a mesma temática de "como começar..." da perspectiva do diretor/professor. Clique aqui e confiram minha saga como diretor teatral...

Update (março/2014): Se quiserem ler mais sobre este mesmo tema, clique aqui e leiam a descrição da minha oficina para professores e educadores de teatro.

O que fazer para ensinar o que você já sabe na prática??? Como transmitir sem dizer todos os truques que você aprendeu por si só, e deixar que os alunos aprendam por si mesmos???
As perguntas não param e a primeira aula de um Curso Livre de Teatro tem que ser preparada – não dá pra chegar e aplicar uma Contact Improvisation (Improvisação por Contato) que eles não vão conseguir fazer!
Minha idéia foi partir do princípio de que eles nunca usaram o corpo para fazerem teatro, achando que o teatro é só decorar o texto, ensaiar marcações e apresentar. Para mostrar-lhes que “decorar-ensaiar-apresentar” é uma perspectiva há muito ultrapassada, um paradigma teatral do final do séc XIX e início do séc XX, fui buscar fonte de inspiração nas teorias básicas do teatro: história do teatro e primeiros pensamentos dos teatrólogos.
Baseado na Introdução do livro de Luiz Otávio BURNIER “A Arte de Ator – da Técnica a Representação”, este apresenta um panorama de primeiras informações para a formação do ator e sua arte de modo simples e fácil.
Deste modo, aliei a formação teórica à prática já na primeira aula. Sabe, pra desmistificar desde o começo o equívoco de que o teatro é “texto-ensaio-apresentação” e, com isto, justificar o treinamento do ator.
Para quem não entendeu, explico melhor (como fiz com meus alunos): A palavra ‘Teatro’ vem do grego que significa lugar para se ver (PAVIS). E também é tido como uma arte, a arte teatral. Entretanto, a arte teatral é uma estética ou a junção de várias artes? (impasse para a pesquisa cênica) – Teatro é uma arte de ator (DECROUX), ele a concebe e produz, sendo a unidade mínima do teatro o ator (seu corpo-voz), o texto (texto espetacular/ dramaturgia corporal), público, espaço e tempo (GROTOWSKI, BROOK). Teatro é o que acontece entre o ator-emissor de signos para o público-receptor-intérprete destes signos (GROTOWSKI), e para trabalhar estes signos, usasse o instrumento básico do ator (assim como um músico usa um instrumento para sua arte musical) que para o ator é seu corpo (COPEAU, MEYERHOLD, concepção dualista corpo/mente). Para isso, o ator (comparando-se ao músico) precisa também aprender a tocar seu instrumento, treinar os acordes, ensaiar a partitura e então apresentar: faz-se assim a concepção “treinamento-ensaio-apresentação” (BARBA).
Esta rápida explicação, Burnier apresenta em seu livro de modo bem estruturado e melhor desenvolvido. A comparação do ator com o músico foi a metáfora que consegui conceber para explicar que o ator não faz milagre se não aprender e compreender suas possibilidades físicas antes de tomar um texto literário para apresentar (em termos básicos).
Depois dessa formação teórica simples para os alunos, comecei minha aula desenvolvendo um treinamento de compreensão corporal para eles, seguindo as primeiras aulas que postei aqui neste blog mesmo. Usei exercícios de consciência corporal, exercícios de técnica vocal, alguns jogos teatrais individuais (a princípio) para criar uma primeira confiança no grupo.
O interessante foi, ao final da primeira aula, durante as conversas de feedback, os alunos entenderem que tudo o que eles fizeram foi o primeiro passo (o treino) para começar a vir a ter uma presença cênica. E isso me deixa feliz, pois não ficaram avoados sem saber o que fizeram!!!
Mas mais aulas virão e novas experiências aparecerão e maiores dificuldades pedagógicas. Que os Deuses do Teatro me ajudem (Amém).
Obrigado











quarta-feira, 25 de maio de 2011

Treinamento Solo

Dúvida: como começar uma prática de teatro sozinho???

Esta foi a minha pergunta quando eu me propus a continuar com meu aprendizado prático em teatro. Vim a escolher esta possibilidade de treino, depois de concluir que não haveria ninguém (nenhum conhecido nesta pequena cidade que moro) que pudesse ser um parceiro de treinamento dentro dos conhecimentos cênicos que adquiri.

Para começar esta minha prática, li o artigo de Patrícia Leonardelli intitulado “O ator sem espetáculo” (Revista Sala Preta nº2 2002 – ECA Usp) que me ofereceu uma boa dose de motivação e formação para os termos de treinamento. Este texto fez-me perceber a abrangência da idéia moderna do ator-criador – ao invés somente do ator-intérprete.

Assim então, (re)comecei do zero o meu treinamento, seguindo uma seqüência que tinha aprendido no ano passado (e descrito nas aulas do blog – sim, nas postagens anteriores). Este blog me foi bem útil para relembrar de alguns exercícios e das aulas que eu tinha. Assim foi que eu me preparei para as minhas primeiras experimentações sozinho.

Mas não é nem um pouco fácil manter a motivação para treinar sozinho:

1) primeiramente precisa encontrar um lugar adequado (no qual não haverá pessoas com que você se importará com os julgamentos alheios);

2) também encontrar um tempo disponível na própria agenda - e que faça virar um hábito como um compromisso com o teatro;

3) e principalmente ter muita, mas muita força de vontade de não ficar enrolando sem fazer nada, só pensando na morte da bezerra.

4) Para isso, disseram-me para me preparar para cada ensaio (como um professor prepara suas aulas). Foi neste ponto que o blog me ajudou: a selecionar os exercícios que faria em cada “treino”.

O meu treinamento (não necessariamente é o certo ou correto a fazer – quem vai saber o que é certo ou não é você mesmo durante o seu treino) é composto de alongamento, fortalecimento, exercícios de aquecimento e exercícios de improvisação.

Atualmente foi-me apresentada uma técnica de treino com o uso da Máscara Neutra, mas num outro post eu comento mais sobre isso.

Obrigado.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Como uma Fênix - Fase 2011

Queridos Leitores, Querido Diário

Ressurjo das cinzas - como uma fênix - renovado com uma nova energia para o Teatro.

Venho aqui comunicar que estou lutando contra essa tempestade em que estou vivendo atualmente. E esta tempestade me fez ter novas experiencias em relação ao teatro. E estas experiencias estão tão boas, me satisfazendo de tal modo, que não tem como eu não dividir com vocês (e deixar para a minha própria posteridade).

Para não se perderem, estarei renovando o blog com novas tags (para quem quiser só seguir postagens desta nova fase).

Nesta nova fase, minhas experiencias com o Teatro estão mais experimentais e livres. Como? Pois pela minha saída da faculdade (é, triste, mas tive que sair de vdd), não desisti de continuar meu treinamento teatral.

Com ajuda de amigos (formados e graduandos em Artes Cênicas) + as postagens deste blog = estou fazendo desta meu ano de 2011 um período de experiência individual em teatro (ou como eu mesmo digo: um treinamento #Solo, uma busca pessoal). Porém, como não sou tão individualista assim, consegui montar um #CursoLivreDeTeatro (voluntário) na qual eu estou a ensinar novas pessoas o que eu descobri e venho descobrindo em relação ao Teatro.

Vocês podem me perguntar: mas como você está ensinando algo que não tem formação nisso? Pois eu respondo: estou sim tendo minha formação em Teatro, só que é um aprendizado auto-didata (pessoal) e não um aprendizado acadêmico ('da faculdade'). Com a ajuda dos meus amigos que passaram e dos que estão na faculdade, estou buscando meu aprendizado teórico - e com o meu treinamento #Solo estou buscando meu aprendizado prático.

Ao longo das postagens, indicarei alguns livros, teses, monografias, sites etc, de #FTT (formação teórica teatral). Nas postagens do #Solo, descreverei o que faço, como me educo em um treinamento solitário. E nas postagens do #CursoLivreTeatro descreverei o que eu preparo e o que eu ensino às minhas cobais (ops, alunos), como também alguns pontos interessantes que eu - como pedagogo teatral - percebo em aula.

Obs: Não sei com que frequência eu voltarei a postar aqui no Blog, mas com certeza voltarei, não deixe de conferir.

Obs.2: Se você gostou desse blog, divulgue para quem está no aperto e precisa de um help na formação teatral (a motivação desse blog sempre foi a de educar informalmente quem não pode ter uma educação formal em teatro. [educação formal seria um curso, faculdade, oficinas, etc]

Obrigado

sábado, 12 de março de 2011

Tempo de Hibernar

Gente boa que acompanha este diário. Muito obrigado por manterem minha motivação com o teatro alta. É sempre bom saber que este blog serviu e serve pra muita gente - nova ou não, amadora ou não, pra mim ou não.
Aconteceram alguns problemas que me fizeram ter que deixar a faculdade de cênicas - e a cidade também. Por isto, ESTE BLOG ENTRARÁ EM HIBERNAÇÃO durante algum tempo - não sei se durante muito ou pouco tempo. Sempre que eu tiver algo novo, algum novo diário meu, postarei aqui para dividir com vocês e não perder estas memórias.
Obrigado pela atenção e não desistam de lutar.
"Viver significa lutar" (Sêneca)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Interpretação – aula 1

Após início com conversa do prof com a sala, sobre ementa do curso, objetivos, leituras, bibliografia e o básico medão de sempre, fomos fazer a apresentação da turma de um jeito todo diferente:

Sentados de costas para uma parede, na nossa frente uma cadeira no meio da sala, uma pessoa se levanta e vai à cadeira, senta, e de frente à todos se apresenta (nome, de onde veio, pq quis fazer graduação de teatro, se teve alguma experiencia anterior, etc etc e o que mais quiser falar), e depois disso tudo, volta ao seu lugar encostada na parede. Em seguida, a próxima pessoa ao invés de fazer a sua própria apresentação, antes, imitará a apresentação da pessoa anterior, tentando igualar gestos, posturas, dicção, tonus muscular, a corporeidade da apresentação da pessoa anterior – desde o caminhar até a cadeira até o finalizar e voltar ao lugar (neste jogo, o texto é o que menos importa. Teve gente que errou nome, idade, cidade, historia, errou tudo, mas a postura corporal foi superinteressante). Depois de fazer esse jogo, então a mesma pessoa fazia a sua propria apresentação. E o seguinte faria a imitação do segundo e asssim sucessivamente, até a ultima pessoa se apresentar, e a primeira pessoa que se apresentou imitar este último.

O exercício que sucedeu a apresentação pareceu mais um jogo cênico. Caminhando pelo ambiente de ensaio, até começar a correr, preenchendo todo o espaço de sala, fizemos, até que então o prof começou a pedir para cada participante (um de cada vez) fizesse um movimento gestual e um som que acompanhasse esse movimento – e os demais participantes deveriam “seguir o mestre” imitando o gesto e som, mas não necessariamente atrás do “mestre” mas caminhando pelo espaço de ensaio. Então que cada um por vez fazia o gesto e som e os demais imitavam-no. se não me engano, seguiu-se uma ordem alfabetica dos nomes até o último. Após chegar no último, fez-se o caminho inverso, pedindo para o anterior repetisse o movimento gestual e som feito anteriormente para que se gravasse na memória esta “ação” (digamos). Após chegar à primeira pessoa que começou com estes gestos, então todos paramos e o prof pediu para que criássemos uma cena (improvisada) com os movimentos e respectivos sons que acabamos de executar. Uns 15min para montar e saiu da sala.

Após um fervoroso brainstorm cheio de líderes que queriam “coreografar” a cena, decidiu-se (ufa) que um ou dois fossem os “coreografos” para que assim a cena enfim pudesse ser desenhada e estruturada. Um dado interessante que surgiu foi que um tema veio em mente para que montassemos a cena com os movimentos-sonoros. Assim foi feito, com ajuda de muitos e umas variáveis improvisacionais, até que enfim, depois de ums poucos ensaiozinhos rapidos, chamamos o prof e ele visualizou a “cena criada” (né??)

E depois fim de aula.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Expressão Corporal 2/2

Continuando os exercícios novos da aula da postagem anterior:

Este exercício é meio difícil de descrever, mas tentarei. É desenvolvido em duplas. Um membro da dupla será o modelador e o outro o objeto a ser modelado. Só que, ao toque do modelador, o modelo não apenas se moverá e parará, mas será um toque que levará à continuidade da ação.

Ex: Digamos, que o modelador empurre o ombro da pessoa objeto-modelo para trás, logo esta pessoa tocada moverá somente o ombro tocado para trás, digamos que foi o direito, então a pessoa moverá o ombro direito para trás, e o movimento se dará ao mesmo grau de intensidade do toque dado pelo modelador. Acontece que durante o movimento para trás do ombro direito a pessoa-modelador toque a nuca da pessoa-objeto, levando-a para frente – então enquanto o movimento do ombro para trás ocorre diminuindo o grau de intensidade até o parar, a cabeça da pessoa-objeto-modelo se movimentará para a frente (em consequência ao toque na nuca), também seguindo o grau de intensidade do toque do modelador. E assim por diante na criatividade do modelador da dupla. Ombros, cabeça, braços, tronco, quadril, pernas, etc. E depois de algum tempo, troca e o modelador vira objeto-modelo e vice-versa, para ambos da dupla poderem fazer o exercício.

Uma variação deste exercício (que pode ser feita seguidamente a este), será que o modelador ao tocar o objeto-modelo, este fará uma força contrária ao toque dado. Então, voltando ao nosso exemplo acima do ombro direito, a pessoa não se movimentaria para trás (conseqüência do toque), mas moverá o ombro direito para frente (em oposição ao toque) e quando então tocar a nuca, a cabeça não irá movimentar para a frente (conseqüência do toque) mas a pessoa-objeto fará um movimento contrário ao toque (em oposição) e a cabeça se moverá para trás, em direção ao toque! E mesma coisa, ambos os dois da dupla devem ser modeladores e objetos-modelo.

O próximo exercício que segue é em decorrência destes dois exercícios, porém individual. O aluno-ator trará à memória corporal a sensação dos toques ocorridos nos exercícios anteriores. E, em decorrência disto, ele executará os movimentos seguindo a memória corporal vivenciada. É parecido com o jogo das articulações que eu já fazia, porém com outro estímulo para execução.

Ao término deste exercício então faz-se um relaxamento, deitando-se no chão e respirando. E fim!!!

Até prox aula. Não sei quando.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Expressão Corporal da Facul - 1/2

Alô genteee... Ebaa, tive a primeira aula hoje de expressão corporal. Bem, dando os créditos ao autor das técnicas – chamado Klaus Vianna – as técnicas foram passadas para nós por alunos que o estudam com a professora (veteranos meus). [Maiores informações poderei passar ao decorrer do ano e dos estudos]. Repassarei a descrição destes exercícios hoje realizados:

Primeiramente fizemos um alongamento básico e simples, individualmente.

Depois, o primeiro exercício foi de atenção. Básico. Todos em um grande círculo: então uma pessoa sai de seu lugar no circulo, e focando PELO OLHAR à outra pessoa que está no circulo ainda, caminha diretamente à ela e diz seu nome (o seu próprio nome, não o da pessoa escolhida!) e então ocupa o lugar desta pessoa escolhida, enquanto esta outra sai de seu lugar (que estava em repouso) e se dirige à outra pessoa (focando PELO OLHAR), diz seu nome, e assim por diante. É mais ou menos a seqüência de “em repouso” e “recebendo uma ação”.

As variações desse exercício foram: 1) aumentando o grau do caminhar para o correr; 2) aumentar o numero de pessoas que sai do circulo e vai até outra pessoa (ou seja, ao invés de uma pessoa, umas 6 pessoas ao mesmo tempo); 3) as pessoas do circulo, ao invés de estarem paradas (e esperando alguém chegar até elas e elas então saírem para outro lugar) o circulo estaria em movimento, andando como festa junina (pra a direita... para a esquerda... correndo... etc...) até que fim. Próximo exercício!

O próximo exercício foi um caminhar pelo ambiente ao ritmo do batuque. Mas não só isso, a pessoa que conduz esse exercício vai fazer algumas paradas – STOP’s – no decorrer da caminhada. Nestas paradas, pede-se para observar o ambiente, onde o aluno-ator está parado, quem está próximo dele e quem está longe, se conscientizar!! Então continua o caminhar, seguindo o ritmo do batuque, até uma segunda parada – e a pessoa que conduz reobserva os mesmos pontos da parada anterior. E segue até fazer umas quatro paradas pelo ambiente. (o caminhar do começo pode vir a se tornar um correr) Depois disso, a idéia é recontinuar a caminhada-corrida, porém ao parar, a pessoa que conduz o exercício pede para que retorne ao mesmo lugar da primeira parada. E depois da segunda parada. E assim por diante. Talvez aleatoriamente a ordem das paradas. Pra desenvolver a memória espacial do aluno-ator. E a consciência espacial também.

Terminado o exercício, seguiu-se a outro exercício, o qual descreverei numa prox postagem ainda esta semana.

Até mais, abraços, merda!

=> Prox Post: 28-fev (Segunda) 8h

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Voltando de Férias

Oi gente feia. Ops, hihihi, brincadeirinha meus lindos! Venho neste post rapidinho comunicar meu retorno às atualizações deste blog teatral.

O ano passado foi fodástico e nem sei como consegui manter o blog no segundo semetre (quer dizer, deixei o blog meio abandonado). Mas não vamos chorar pelo leite derramado, nem por águas passadas. O futuro é mais interessante e este ano mais ainda!!!

A princípio o que posso dizer é que o blog sofrerá umas mudanças – tanto de layout e formatação (pra deixar mais bonito e funcional) e de conteúdo também (pq agora este humilde blogueiro entrou em uma faculdade de artes cênicas que iniciará suas aulas neste mês ainda, e ainda terminará o curso iniciado ano passado, agora no nível advanced-montagem).

Então posso sugerir que terá mais duas tags diferentes: FAC = Faculdade de Artes Cênicas e CA = Curso Advanced

E afora isto, creio que o conteúdo se manterá somente focado nas aulas práticas – as aulas téoricas, sorry leitores, mas não terei todo-o-tempo-do-mundo só para o blog. Tentarei escrever do mesmo jeito, bem facinho e bem simples, para que quem visite aqui consiga entender o conteúdo prático somente lendo.

E,por fim, deixo uma mensagem de motivação para vocês: continuem lutando, ensaiando, treinando, se formando, e corram atrás de seus sonhos! Não se abatam por qualquer coisa, nem por ninguém, pq somente você pode realizar o seu sonho e ninguém mais! Obstáculos existem, mas são superados. E saibam que, neste ano, quero perceber uma movimentação maior neste blog – com comentários e tudo o mais, ok? =D

Bjs, até mais!

Ass.: O Blogueiro!