Barra das Guias

domingo, 25 de abril de 2010

Pesquisa em Teatro (aula teórica)

Bom, se eu achei que a aula seria igual a anterior, minhas impressões estavam redondamente enganadas. A aula de hoje foi REALMENTE uma PESQUISA. é. definitivamente. sim.

Separados em pequenos grupos, a prof pediu para que estudássemos um pequeno período da história do teatro, e que, PRA PROXIMA AULA, apresentássemos para os demais através de um cartaz e magníficas explicações (tá, pode tirar a palavra “magníficas” do post) sobre o período estudado. =(

Bem, é quase um trabalho de casa, para apresentação de um seminário. é, não vou tirar o mérito dela, pois é uma forma de ensino que funciona, pois ainda mais conosco que GOSTAMOS de teatro e fazemos AULAS de TEATRO. Bem, enfim…

Ela deixou alguns períodos pré-selecionados para o seminário e distribuiu para os grupos da aula de hoje. Os períodos eram os posteriores à história do teatro grego, tragédia e comédia. São eles: Teatro em Roma, Teatro Medieval, Commédia Dell’Arte, Teatro Elisabetano, Teatro do Século de Ouro Espanhol, Teatro Renascentista e a Ascensão da Burguesia (ou algo do gênero, eu não sei muito bem os nomes dos temas dos outros seminários até porque meu grupo ficou com o teatro medieval =P )

Bem, Então, neste post, falarei um pouco sobre o teatro na idade média (o que eu pesquisei durante a aula nos livros e xerox da prof e na net posteriormente pra agregar informações).

TEATRO MEDIEVAL

Na idade média (séc V ao séc XV), como na grécia, o teatro começa como um ritual: o da Igreja católica. Os teatros se iniciam dentro das igrejas para representar os episódios da vida de Jesus, descritos nos Evangelhos. Como a missa era feita em latim, e todo o resto do povo era analfabeto, o teatro veio como uma forma catequética de se ensinar ( contudo, no inicio deste teatro catequético, somente monges apresentavam, e falando em latim ¬¬’ ) Mas aos poucos, a própria igreja entende que representar em latim não é interessante (quase ninguém entende) então passaram a fazer na língua do povo. E também, a Igreja pede para que o teatro (que já estava ficando grande e demorado demais) para ser encenado na frente do templo, e tempos depois, nas praças centrais. Durante o séc IX ao XI, o teatro passou por uma acentuação na representação e gestualidade, como também nas maiores inserções textuais (e que não existiam nos evangelho) dentro da peça. Como, por exemplo, a cena que as mulheres compram perfumes para envolver o corpo de Cristo morto, mas o mercador cobra um preço muito alto e elas pechincham (veja o grau de desenvolvimento textual) Enquanto isso, a mulher do mercador aproveita, neste entermeio, para enganá-lo com um rapaz atrás do balcão (veja já um elemento cômico e profano sendo acrescentado na peça sacra =P ) (Claro que a Igreja não permitiria mais peças deste nível ser representadas dentro dos templos).

A peça, então, se faz com vários generos dramáticos: o drama liturgico, comédia, também o épico (elemento narrativo) (a peça contava com comentaristas). Muitas vezes, a parte narrativa era até maior que a própria dramatização da cena, mas tanto a dramatização foi crescente como a narração também inseria comentários cantados, lírico-épicos, declamações, etc. Lembrando que o espetáculo era realizado por leigos, não-profissionais, da mesma classe dos espectadores.

Os espetáculos congregavam toda a cidade: os tecelões faziam os trajes, os capinteiros executavam a carpintaria, toda as guildas (corporações de artesãos) contribuíam. E as representações duravam as vezes dois dias, mas houve até 30 dias de encenação – obedecendo a horários: das 9h às 12h, das 12h as 18h ou 19h. Também o método de representação era o de um mesmo papel ser feito por vários atores. Isso, porque, não aguentavam suportar trabalhar durante tanto tempo em representações violentas! (O QUÊ!?? Violêntas!???) ééé, o elemento violento fazia parte do teatro, num realismo que chegava a beirar a realidade. Muitas vezes os atores saíam feridos, quando, por excesso, havia a morte do ator que representava Jesus. (!!!) As encenações das estações da vida de Jesus, chamavam-se Mistérios, e alguns contavam desde a criação do mundo até o juízo final – isto justifica porque alguns duravam até 30 dias, as vezes. Havia mistérios famosos: Le Mystère de la Passion, de Arnoul Gréban, de 1450. Tem 34.574 versos e levava 4 dias para ser encenada. TAmbém a Paixão de Frankfurt foi famosa. A Paixão de Valenciene data de 1547 e a representação durava 25 dias. Mas, além do mistério, longo, extenso, havia também outros tipos de peças: lamentações de MAria, natividades, autos de Reis, de Natal, milagres – estes últimos, peças que giravam em torno de santos e de suas vidas. Também havia as moralidades, um tipo de teatro com personificações alegóricas de virtudes e vícios, que lutavam pela alma do homem – a bondade contra a maldade, por exemplo. Houve também os Autos, em que durante uma procissão, eram quadros vivos, ilustrativos, dispostos em pequenos palcos, no percurso da procissão. Os fiéis paravam diante deles e um comentarista explicava a cena.

Porém, o teatro medieval não tinha senso da História, não fazia uma reconstrução de trajes. As personagens biblicas, nas representações, se vestiam tal como os cidadãos medievais. TAmbém, usavam mantos, coroas, espadas, para identificar os personagens. E na encenação, eram usados muitos recursos óticos e auditivos, num espetáculos audiovisual em que se via fogo, fumaça e terremotos – pois estes elementos audiovisuais aumentavam o realismo. (exemplo: no enforcamento de Judas, suas entranhas, anteriormente preparadas com víseras de animais, por dentro da roupa, vazavam.)

Nos seus formatos, o teatro medieval utilizava o palco simultaneo desde o séc XII durante aprox 400 anos: eram vários cenários montados lado a lado, sem cortinas; quando o público chegava já via as ‘casas’ montadas. As casinhas montadas chamam-se “mansões”; ficam sobre estrados, separados do público por uma pequena barreira; e à medida que a encenação começava pela primeira mansão e ia trocando pelas várias mansões, o público ia seguindo as personagens, se locomovendo com eles conforme a peça vai se desenrolando. E os atores que não estão trabalhando em uma cena permanecem visíveis, descansando. OBS: o sistema de palco simultâneo, posto lado a lado, estendendo-se até a última mansão que conscientemente será a última cena, reflete uma intemporalidade da mente divina, ou seja, aquela que conhece começo-meio-e-fim de tudo. Exprime a concepção cristã de intemporalidade, que Deus está fora do tempo, é eterno, não porque não tenha fim, mas por ser exterior ao tempo.

Havia também o palco constituído por carros, muito utilizado na inglaterra. O público permanecia imóvel e os carros-palco – que eram abertos de um só lado – iam abrindo seu palco e avançando. Era o mesmo sistema da procissão e os quadros-vivos, mas ao contrário, os palcos que andavam diante de um público estático. Neste tipo de teatro-móvel, o conjunto de peças apresentadas formava um ciclo, e o maior ciclo preservado é o da cidade de York, composto por 48 peças que começavam com a Criação e terminavam com o Juízo Final. Cada guilda (corporação de artesão) era responsável pela apresentação de sua peça em cima de um dos carros-palco; eram então escolhidos três a quatro locais importantes da cidade, onde as peças se apresentavam. O espetáculo começava cedo da manhã, quando a guilda responsável apresentava o Gênese no primeiro local escolhido. Quando acabava, o grupo ia representar o mesmo episódio no segundo lugar, depois no terceiro e assim por diante. A segunda carroça se apresentava logo depois que a primeira acabava, seguindo-a em todos os locais escolhidos. E o mesmo acontecia com todas os carros-palco, até o último, que apresentava o Juízo Final. Assim, todo mundo da cidade tinha a oportunidade de ver todos os episódios.

Contudo, a maior parte das grandes peças só eram apresentadas uma vez por ano, nas datas comemorativas – e mesmo os milagres fora das datas tradicionais - eram pouco para quem tomava o gostinho por ser ator. E assim então, que realmente nasce o teatro: abandonando seu ofício, alguns artesãos se reuniram e organizaram um pequeno grupo para apresentar espetáculos. Aproveitaram a idéia das carroças, que passou a servir, além de palcos, como meio de transporte para levar as peças – estas já não mais religiosas, mas novas peças. E também a proibição pela Igreja de misturar temas religiosos e profanos – processo que se consolida no fim do século XIV – tem como efeito o surgimento das comédias medievais totalmente profanas, entremeadas de canções.

Os grupos se profissionalizaram e dois gêneros se fixaram: as comédias bufas, chamadas de sotties (tolices), com intenções políticas ou sociais; e a farsa, como a de "Farsa do Mestre Pathelin", do século XIV, peça importanteque satirizava o cotidiano. Seus personagens estereotipados e a forma como eram ironizados os acontecimentos do dia-a-dia reapareceram no vaudeville, que no século XVII foi apresentado nos teatros de feira. Esses textos ainda são anônimos.

Na França, a primeira sala permanente de teatro é aberta em Paris, no início do século XV.

A primeira companhia profissional da Inglaterra surge em 1493.

------------

Bom.. foi isto que pesquisei e achei por livros e net.

Os demais temas virão ainda neste próxima semana, mas em resumos. Logo, convido a vocês a “pesquisarem” sobre teatro tbm!!! =D

FIM

Nenhum comentário: